Quando se ouve falar em psicoterapia, algumas ideias surgem do imaginário coletivo. A primeira, e muito comum, é a de que “psicólogo é médico de louco” e, portanto, quem procura este profissional deve ter algo muito grave e anormal. Diga-se de passagem, a ideia da loucura foi construída ao longo da história, de modo a segregar aqueles que não seguiam normas ou não possuíam as características ditadas pelas regras sociais. Estes, tais como criminosos, eram asilados simplesmente por pensarem diferente ou possuírem hábitos inabituais. E a Psicologia, como ciência que se constituía, era quem analisava, descrevia e cuidava de tais comportamentos desviantes. Porém, esta mesma ciência, décadas mais adiante, questiona: “Afinal, o que é mesmo a loucura?”. Se ser diferente é normal, sofremos todos de uma certa loucura.
Outra ideia que se tem sobre psicoterapia, é que esta se faz necessária quando há sintomas de ansiedade, depressão, pânico, entre tantos outros diagnósticos que fazem parte da atualidade. Muitas vezes entende-se que o indivíduo deve estar incapacitado para o trabalho ou o convívio social para procurar ajuda. Mas não apenas! Diante dos primeiros sinais de que algo não está bem, a psicoterapia é a melhor opção para evitar complicações e possibilitar o desenvolvimento mais saudável da pessoa.
Também é comum encontrar pessoas que dizem que “todos deveriam fazer terapia”, já que todos “carregam traumas da infância”. Na verdade, cada pessoa desenvolve estratégias, conscientes ou inconscientes, para lidar com suas experiências de vida. Algumas destas estratégias podem servir para evitar o contato com situações dolorosas, como não pensar no passado ou justificar os acontecimentos. No entanto, fazer psicoterapia depende, principalmente, da disposição de cada pessoa para olhar para suas experiências e cuidar de si. Um processo analítico pode auxiliar o indivíduo a se conhecer melhor para, assim, obter maior autocontrole e o desenvolvimento de suas potencialidades.