O que é o viver senão um constante morrer? Diz-se que é preciso deixar a semente morrer para brotar a flor. Se a lagarta não morrer, seu potencial de voar e borboletar não eclodirá. Parece poesia, mas é o duro e, ao mesmo tempo, belo movimento da vida.
Desde o nascimento observamos o sofrimento, necessário e libertário, da criança ao respirar. E o choro continua ao cair e levantar, ao ganhar e ao perder. Crescer é um ato de coragem – não apenas da criança, mas também dos pais que precisam renunciar à imagem pequena e indefesa para que se transforme em grande e forte aquele ou aquela que um dia carregou no colo. Já não se caberão mais nos braços a mente e as pernas de quem tem o mundo para alcançar.
É preciso deixar partir, partir para longe do jeito velho de pensar, de sentir e de lidar com a vida, e encontrar dentro de si mesmo a beleza do que há de ser.